Por Miro Santos

Neste mês de novembro comemora-se nacionalmente o mês da Consciência Negra, nos envolveremos em uma série de debates que possam trazer à tona a situação do negro no Brasil. Apesar de vários avanços que foram frutos da capacidade de organização e mobilização  dos afrodescendentes os índices que se referem a qualidade de vida ainda mostram um quadro bastante preocupante: somos maiorias nos presídios, nas favelas, entre os que têm baixa escolaridade, no assassinato de jovem e ainda sofremos com a descriminação racial tão clara neste país. Mas apesar das dificuldades impostas por um sistema que tem como pilares a exclusão social e a concentração de renda, cabe ao povo negro manter acessas a chama da luta, usando nossas referências maiores como Zumbi, Dandara, Antônio Conselheiro, João Cândido, Che, Dom Helder e muitos outros que mostraram que o caminho da emancipação é a luta permanente. É preciso incentivarmos os jovens a fazer essas leituras, para não se iludir com informações, muitas vezes equivocadas oriundas dos meios de comunicação a serviço da classe dominante. Esses meios de comunicação que nunca reconheceram os  líderes negros, que, com sua coragem e determinação fundaram os quilombos principal foco de resistência ao absurdo da escravidão. Temos muito o que fazer, mas tudo passa pelo fortalecimento da autoestima, da informação e do esclarecimento para sem medo podermos assumir a nossa negritude e nossa dignidade. É fundamental fazermos a defesa da nossa cultura, da nossa crença, da nossa dança e manifestações.

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 e instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo considerado feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro por completo através de decretos estaduais. Em estados que não aderiram a lei, a responsabilidade é do prefeito, que decide se haverá o feriado no município. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de “Zumbi dos Palmares”, em 1695. Sendo assim, o Dia da Consciência Negra procura remeter à resistência do negro contra a escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1549).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. A instituição procura evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

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